Sai ano, entra ano, e é a mesma história. Clubes estão sempre atrás de estrelas. Ronaldo, Adriano, Ronaldinho Gaúcho. Grande parte dos principais clubes do país concentram suas atenções e os holofotes da imprensa em especulações em torno de jogadores badalados.
Há muito tempo é assim, como no caso do Flamengo, em tempos atrás, que buscou repatriar jogadores como Edmundo, Bebeto, Romário. No Atlético, quando montou a “Selegalo”, com Neto, Renato Gaúcho e Companhia.
Difícil afirmar ao certo qual o motivo disso. Talvez a pergunta mais pertinente seria se estas escolhas estariam sendo feitas de forma racional, planejada. Será que o tal jogador estrela resolverá os problemas do time? Não seria mais eficiente trazer jogadores mais motivados e que renderiam mais? Ainda que fosse importante a contratação, não seria melhor concretizar o negócio antes de deixar vazar a notícia na imprensa?
A questão de planejamento, ou falta dele, tem aparecido de sobra na administração dos clubes do Brasil. Prova disso são as intermináveis “novelas”, onde capítulos contam as etapas de uma contratação ou tentativa de contratação, quando os negócios melam.
A falta de profissionalismo e competência daqueles que mais deveriam ser cautelosos e eficientes, em um clube, é enorme. O que se vê são jogadores com altos salários e baixo rendimento; mais gastos do que arrecadação; centros de treinamento com estrutura precária; salários atrasados; dívidas em constante crescimento.
É lamentável, apesar de alguns raros exemplos, como no Inter e seu projeto de fidelização com o Sócio Torcedor. O Corinthians também teve méritos em sua administração, como no Marketing do Clube, que gerou muitas vendas de produtos licenciados e trouxe patrocínios substanciais. O Presidente Alexandre Kalill é outro que merece destaque. Apesar do tom sempre arrogante em suas palavras, ele tem feito bom trabalho no Atlético, quando enxugou os gastos, revertendo o orçamento em contratações e garantia de salários em dia.
De qualquer forma, é um assunto pouco discutido. Fala-se muito sobre jogadores bons e jogadores ruins. Técnicos competentes e incompetentes. Árbitro ou cartola ladrão. A gestão de clubes deveria estar mais em pauta, pois o trabalho deles resulta em times vitoriosos ou não. É onde tudo começa.
Por Danniel Olímpio