Há muito que o futebol deixou de ser aquele jogo em que todas as posições eram bem definidas. Ponta esquerda, centro avante, lateral, cabeça de área, armador. A maioria dessas denominações, inclusive, já deixou de fazer parte do vocabulário do meio futebolístico.
Os volantes e cabeças de área, por exemplo, são dois termos em desuso no futebol moderno. Cabeça de área, aquele que ficava estático na frente da zaga, dando passes de no máximo 5 ou 10 metros, nem se ouve falar. O que se encontra, nos dias de hoje, são jogadores com boa técnica, que hora se apresentam como “elemento surpresa” na frente, hora fazem lançamentos ou chutam a gol.
Já os ditos volantes, estão mais para meia armadores do que para simples marcadores e responsáveis pela transição de bola entre defesa e meio campo. Jogadores como Hernanes, Ramires e Iniesta, atuam praticamente como armadores em seus clubes. E outros, como Fabregas, Diego Souza e Júlio Batista, hoje se tornaram meias de altíssima qualidade. É interessante notar que jogadores como Diego Souza e Júlio Batísta, por vezes atuam no ataque, explorando uma das grandes características dos dois que é a força física.
A qualidade dos ditos “volantes” - que hoje são considerados 1º e 2º volantes – é tanta que os clubes têm jogado utilizando 3, e não mais 2, como era antigamente. Isso porque ao mesmo tempo em que o time melhora sua marcação, a qualidade no meio campo também se mantém, já que estes atletas têm características de, tanto marcar bem, como de armar as jogadas.O que antes era tido como sinônimo de esquema retranqueiro, na atualidade é considerada uma boa forma de se manter um equilíbrio entre ataque e defesa. Claro, que, por outro lado, muitos jogadores da posição não possuem essas características, e utilizar um esquema de 3 volantes com pouca qualidade técnica pode ser desastroso, já que o time perderá muito em criatividade e posse de bola.
Às vezes fica até difícil classificar a posição de determinado jogador, já que a versatilidade dos atletas de hoje é muito grande. Por exemplo, é difícil definir se Ramires, Hernanes ou Iniesta são volantes ou meias. Tanto pelo posicionamento, como pela técnica que possuem.
Talvez podemos atribuir essa evolução da posição a uma necessidade de se ter jogadores com poder de marcação, mas que ao mesmo tempo soubessem sair jogando, já que o futebol moderno privilegia a força física. Dessa forma, os atletas têm evoluído no sentido de adquirir essas duas qualidades para se adaptarem à atual evolução física na qual se encontra o futebol mundial. Por outro lado, alguns volantes se descatam como meias ofensivos devido a carência dessa posição em determinada equipe, o que faz com que haja a necessidade de se adiantar o meia defensivo. E a medida em que vai atuando na nova função ele se adpata e vai tomando contornos de um meia ofensivo.
A evolução das posições acontece, ao mesmo tempo em que mudam os nomes esquemas ou formas de jogar nos dias de hoje. Afora a estes nomes técnicos e novas denominações o grande barato do futebol moderno é saber que: os laterais ou alas têm uma função muito maior do que marcar os pontas ou fazer cruzamentos; que o volante vai muito além do que marcar ou fazer virada de jogo para as laterais; Para a felicidade do torcedor, as funções convencionais de cada posição têm sido deixadas de lado e dado lugar a novas funções, mais versáteis e ofensivas. A gama de opções e imprevisibilidade dos jogos tem aumentado, colocando ingredientes a mais no já tão apaixonante e popular futebol.
Por Danniel Olímpio
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